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INOVAÇÃO GERENCIAL

O processo de inovação gerencial

 

O processo de inovação gerencial é abordado de forma diferenciada na literatura, mas certamente as abordagens diferem daquelas que descrevem o processo de inovação tecnológica em produtos (bens ou serviços) e processos. Os estudos sobre o tema mostram diferenças importantes entre os processos de geração, adoção e difusão de inovações gerenciais. 

Na perspectiva da geração ou criação, o artigo publicado na Academy of Management Review por Julian Brikinshaw, Gary Hamel e Michael Mol (2008) propõe um processo envolvendo agentes de mudança internos e externos interagindo nos contextos organizacional e ambiental. Descrevendo o modelo de modo breve, observa-se, na primeira fase de motivação, o surgimento de fatores facilitadores e as circunstâncias que levam os indivíduos a considerarem o desenvolvimento da própria inovação gerencial. Na segunda fase, invenção, ocorre o ato inicial de experimentação, do qual uma nova prática de gestão emerge como nova ideia ou prática hipotética. A implementação, fase seguinte, é o processo de estabelecimento dos valores na realidade – em um ambiente real ou de laboratório. Finalmente, na última fase, teorização e rotulagem, ocorre um processo social pelo qual pessoas de dentro e de fora da organização validam a inovação gerencial, legitimando-a. A criação de uma inovação gerencial segue um processo não linear devido à complexidade, recursividade e caráter cíclico da inovação gerencial. 

Na perspectiva da adoção de uma inovação gerencial já existente, a inovação pode ser utilizada com adaptações ou não (Volberda et al., 2014). O interesse maior em analisar a adoção ocorre porque a criação de uma inovação gerencial é um fenômeno raro (Hamel, 2007). A adoção é um processo que envolve as fases de iniciação, decisão de adoção e implementação – esta última a fase mais lenta (Damanpour, 2014). O Manual de Oslo (OCDE, 2005) propõe etapas parecidas, incluindo planejamento, desenvolvimento e implementação de métodos organizacionais considerados novos para uma organização. Para Lin et al. (2015), a adoção envolve quatro fases: iniciação (reconhecimento de problema e julgamento inicial); pesquisa externa de soluções existentes passíveis de adoção; estabelecimento de proposta a partir da identificação das fontes dos problemas e dos novos processos; e implementação da proposta, que inclui a realização do valor da inovação gerencial.

Finalmente, na perspectiva da difusão, os estudos analisam por que e como as inovações gerenciais se difundem entre os usuários.Abrahamson (1991), por exemplo, propõe um quadro de análise para explicar a difusão de inovações gerenciais ineficientes e a rejeição daquelas tecnicamente eficientes. A complexidade da inovação e o próprio processo de adoção (se bem sucedido ou não, por exemplo), influencia muito a forma como ocorre a difusão. Volberda et al. (2014) argumentam que, ao longo de sua difusão, as inovações novas para o estado da arte são testadas e passam por adaptações em um processo permeado por forças sociais, econômicas, políticas e tecnológicas.